Em 2020, houve queda no número de pedidos de biópsia em quase todos os estados do Brasil; situação preocupa dermatologistas

 

A queda nos pedidos de biópsias para detecção do câncer de pele tem preocupado médicos oncologistas e dermatologistas em todo o Brasil. Segundo a Agência Brasil, houve redução de 48% nas requisições desses exames em 2020, com apenas 109.525 pedidos feitos até o mês de dezembro. No ano passado, 210.032 pedidos foram feitos durante os 12 meses do ano.

 

Os baixos índices não preocupam a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), responsável pelo levantamento, à toa. A detecção precoce do câncer de pele é o principal fator de sucesso nos tratamentos da doença – descobrindo o quadro no início, o paciente pode ter até 90% de chances de cura. O problema é que, com a alta nos casos de Covid-19, o alto nível de transmissão da doença e a superlotação dos hospitais, a recomendação médica geral foi, por muitos meses, a de adiar exames de rotina e consultas optativas, o que pode trazer complicações a possíveis pacientes oncológicos.

 

Mesmo com a retomada dos atendimentos após os meses mais duros de isolamento social, a situação não mudou: a queda pela procura de biópsias desse tipo de câncer segue entre 50% e 60%, com redução especial de avaliações dermatológicas por pessoas com idade entre 44 e 80 anos, faixa etária que inclui idades de risco para a Covid-19, mas também para o câncer.

 

Para evitar que nos próximos meses haja um “efeito rebote” nos atendimentos dermatológicos e/ou oncológicos, a SBD têm elaborado estratégias para estimular, com responsabilidade, o retorno gradual dos pacientes que precisam realizar exames de rotina e biópsias. Entre as ações que devem ser realizadas está a 7ª edição do Dezembro Laranja, iniciativa que integra a Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele. Para obter mais materiais informativos e saber mais sobre o projeto, acesse o site da SBD (https://www.sbd.org.br/dezembroLaranja/sobre/).

Quando procurar um médico?

O câncer de pele costuma ocorrer em áreas mais expostas ao sol, como rosto e pescoço. Os principais sintomas desse tipo de câncer envolvem manchas que coçam ou sangram, feridas que não cicatrizam e sinais ou pintas que variam de tamanho ou forma.

 

Pessoas albinas, com pele muito clara ou vitiligo, bem como pessoas que se expõem demasiadamente ao sol, são as principais vítimas da doença. Porém, quem possui histórico pessoal ou familiar de câncer, outras doenças dermatológicas ou foi exposto à bronzeamento artificial também deve estar atento e fazer exames periodicamente, especialmente após os 40 anos.