Durante a campanha Junho Vermelho, hemocentros de todo o País estimulam a população a doar e salvar vidas; pacientes oncológicos são alguns dos mais beneficiados.

A pandemia impactou negativamente quase todos os setores da economia, como a educação, o comércio e o turismo. Na saúde, segmento mais afetado, não só os espaços que recebem os enfermos foram prejudicados: nos hemocentros, o fluxo de funcionamento e transfusões tem sofrido com o baixo índice de doações durante o último ano e meio.

Essa instabilidade nas doações, porém, é um problema antigo – segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), apenas 1,8% dos brasileiros doam sangue, número bem abaixo do ideal estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 3 a 5% da população de cada país. Por isso, no mês de junho, os Centros de Hematologia e Hemoterapia de todo o Brasil, junto a entidades públicas e privadas, realizam a campanha Junho Vermelho, que incentiva a doação de sangue.

A iniciativa, que se torna ainda mais oportuna com as previsões de uma terceira onda da pandemia, não deve beneficiar apenas pacientes de acidentes ou Covid-19, como pode se pensar. Isso porque outro grupo é especialmente beneficiado pela doação de sangue: os pacientes oncológicos, que podem ter evolução considerável no quadro clínico através da transfusão, aliviando dores e melhorando a coagulação.

Muitas vezes, o paciente com câncer não consegue repor o próprio sangue, a depender do estado da doença e dos tratamentos pelos quais ele passou. Dessa maneira, a única forma de manter a quantidade de plaquetas adequadas é através da doação de sangue – só que, para haver uma transfusão de plaquetas para um adulto, são necessárias várias doações, o que acende o alerta para a importância de pessoas já cadastradas nos hemocentros doarem com frequência e de pessoas que nunca doaram se cadastrarem nos sistemas.

 

Adaptação e biossegurança

 

Com o intuito de evitar a transmissão de Covid-19 e estimular a participação popular, hemocentros de todo o País se adequaram às novas regras sanitárias, o que torna a doação segura mesmo durante a pandemia. Além do uso obrigatório de máscaras, os espaços têm feito cadastros através do telefone e da internet e agendado horários para evitar aglomerações.

Para consultar o hemocentro mais próximo de você, basta procurar pela aba “saúde” nos sites do Governo Federal ou do Governo do seu estado.

 

Requisitos para doar sangue

 

– Realizar cadastro no hemocentro de sua cidade;

– Apresentar documento de identificação com foto no dia da doação, que será agendada para evitar aglomerações;

– Ter peso igual ao superior a 50kg;

– Ter entre 16 e 69 anos de idade (e ter doado sangue pela primeira vez antes dos 60 anos);

– Dormir e se alimentar bem antes do dia da doação, evitando uso de bebidas alcoólicas e alimentos gordurosos;

– Estar saudável, sem nenhuma alteração de saúde.

 

Além disso, pacientes que tiveram câncer geralmente não podem doar, pelo risco que a doação pode causar ao organismo danificado pela doença. Caso já tenha se curado e queira muito doar, consulte seu médico para informações mais precisas sobre o seu caso.